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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

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Maçã para beber ou para comer?

Como uma técnica de plantio e uma jogada de marketing mudaram nossa relação com a maçã.

“Histórias para devorar” é uma série especial da página da Unidade EMBRAPII do IFSP, dedicada a contar histórias sobre inovação e transformação de alimentos nossos do dia-a-dia, com informações, curiosidades e bom humor.

Se você, por uma sorte muito grande, encontrar um pé de maçã que nasceu espontaneamente na natureza, logo vai descobrir que teve um grande azar: maçãs selvagens são muito mais azedas do que as maçãs domesticadas que consumimos hoje, por causa do elevado percentual de compostos fenólicos que elas possuem. Por causa disso, pouca gente se aventurava a comer maçãs alguns séculos atrás, e a principal utilidade da fruta era produzir bebida alcóolica.

Fazendeiros, principalmente americanos, mantinham pomares de maçã nas suas propriedades com a intenção de produzir cidra de maçã, para consumo próprio. Como o álcool levava a comportamentos nada desejáveis entre os homens, a maçã era uma fruta maldita nas casas, e havia até protestos contra ela, em que grupos encontravam e derrubavam macieiras. Essa história só começa a mudar por causa da enxertia.

Essa é uma técnica milenar que consiste em integrar duas plantas diferentes, inserindo o galho de uma delas (o enxerto) em outra árvore estabelecida (o porta-enxerto). No seu novo lar, o galho continuará produzindo os frutos com suas características. Ao aplicar essa técnica à maçã, foi possível integrar galhos das (raras) maçãs doces nas macieiras selvagens, e aumentar a produção de frutos mais agradáveis. Mas como a maçã tinha fama ruim, entrou em cena uma campanha de marketing.

No início do século XX, grandes produtoras de maçã, como a americana United Fruit, incentivavam a população a consumir maçãs argumentando que elas tinham propriedades medicinais. Para isso, contaram com um slogan impossível de esquecer, criado naquela época: “eat an apple a day and keep the doctor away” (“coma uma maçã todo dia e mantenha o médico longe”). De vilã, a maçã passou a queridinha para geleias, tortas e consumo in natura, e a técnica do enxerto garantiu uma produção dominante de variedades doces da fruta.

DE ONDE VEIO ESSA HISTÓRIA?

CABRAL, Luiz Mors. Plantas e civilização: fascinantes histórias da etnobotânica. 1ª edição. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2016.

ELY, Margaret. History behind “an apple a day”. Washington Post. 24 de setembro de 2013. Disponível em <www.washingtonpost.com/lifestyle/wellness/history-behind-an-apple-a-day>. Acesso em 23 de junho de 2025.

FIORAVANÇO, J. C.; SANTOS, R. S. S. dos (Ed.). Maçã: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Disponível em <www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/975481>. Brasília, DF: Embrapa, 2013.

CRÉDITOS

Pesquisa e redação do artigo
Vinício dos Santos – Comunicação EMBRAPII IFSP

Imagens geradas via Inteligência Artificial ChatGPT 4.0

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